Amor de pai: O pai que transformou a história do filho autista e a própria através do jiu-jitsu
A história do pai brasileiro que transformou a vida do filho e a sua através do amor e do jiu-jitsu, começa com a sua vinda ao arquipélago japonês. Wilson Tadashi Karawa, 41, é natural de Curitiba-PR. Ele chegou ao Japão em 1991 com a mesma intenção que milhares de outros brasileiros: juntar dinheiro e retornar ao Brasil. Wil como é chamado, se casou e constitui família. Da união do Wil com Isa nasceu o Kenzo. Will conta que conforme o filho foi crescendo eles foram notando que Kenzo tinha dificuldades na fala e no aprendizado. Aos 3 anos de idade veio o diagnóstico. “Fiquei sem chão com o resultado!”, relembra Wil. “Não conhecia nada sobre autismo, tinha apenas a opinião formada através de filmes. Não aceitei o diagnóstico de imediato!”, revela com sinceridade.
“A partir disso comecei a procurar a melhor maneiras de ajudar o nosso pequeno. Foi uma reviravolta, troquei de emprego e de cidade, me mudei para Toyohashi (Aichi) por ter uma estrutura melhor para nos auxiliar no tratamento do Kenzo”, conta o pai.
O casal teve a sorte de conseguir uma disputadíssima vaga em uma escola para crianças com necessidades especiais. “Lá nos ajudaram a trabalhar a hiperatividade do Kenzo. Era muito difícil controlá-lo, nós não sabíamos como lidar com aquela situação”, relata Wil.
Como foi o processo de transformação
Wil conta que todo pai sonha ou imagina ver o filho se divertindo e brincando com os coleguinhas, e isso não acontecia com o Kenzo. Ele vivia sozinho no mundo dele.
Revela que foi através do jiu-jitsu que encontrou o caminho para derrubar essa muralha. “O jiu-jitsu mudou essa história! Esse esporte é coletivo. O praticante precisa de um parceiro para treinar e o contato físico é direto o tempo todo. Aos poucos o Kenzo foi se soltando, as crianças começaram a se aproximar dele e ele delas. O tatami foi o lugar que encontrei para que ele pudesse descarregar a hiperatividade. A partir daí tudo melhorou! Acredito que o esporte acrescentou muito na vida dele”, explica o pai.
Mesmo tendo um trabalho pesado como soldador em uma empresa naval, o pai conta que resolveu aprender a arte marcial pra valer só para estar ao lado do filho. Assim, atualmente Wil dá aulas 5 vezes por semana para crianças, sua esposa o ajuda nas classes, leva e busca os alunos, pois alguns pais não tem como levar as crianças para as aulas. “Hoje posso dizer que o amor e a dedicação em torno do Kenzo uniu mais a minha família”, destaca…
Fonte: ipc.digital