Empreendendo no Japão: A história da Esteticista Rosangela
por Thaís Nakamine
Rosangela veio ao Japão em 1991, com 19 anos e sem saber falar nada do idioma. Com muitos sonhos na mente, veio apenas para ficar 2 anos, juntar uma renda e voltar ao Brasil para fazer faculdade de direito ou de psicologia da qual tinha vontade na época. Logo percebeu que se não aprendesse o idioma japonês o mais rápido possível, iria sofrer com a adaptação, diferencia cultural e a comunicação. Mesmo se esforçando para se comunicar melhor, passou praticamente o primeiro ano chorando todos os dias no trabalho, por causa da saudade da família, principalmente sua de sua mãe que deixara no Brasil. Na época, percorria cerca de 4km de bicicleta achada no lixo para ter acesso a um telefone internacional público e pagava quase ¥200 por minuto, só pra poder falar com a família. Os dois anos de ficar no Japão foram se estendendo e só depois de 5 anos morando no Japão que conseguiu sua primeira linha telefônica.
Pra estudar o idioma, recorria ao dicionário anotando tudo o que achava interessante num bloquinho e nos intervalos do trabalho, perguntava a quem sabia a pronúncia correta como se pronunciava para aprender a falar melhor. Com 2 anos já conseguia falar um pouco e se virava sem a ajuda dos amigos.
Rosângela se casou e teve uma linda filha. Porém por conta de um casamento conturbado, aos 25 anos de idade estava separada e com uma criança pequena para cuidar. Para conseguir conciliar o trabalho e a criação da filha, arrumou um emprego numa creche como motorista e babá, na mesma instituição em que sua filha estudava. Na escola aprendeu mais do idioma e aos poucos foi começando a ajudar outras mães brasileiras que também deixavam seus filhos na escola. Com o tempo, passou a trabalhar também como tradutora por quase 3 anos, ajudando as mães que não sabiam falar japonês…
Fonte: ipc.digital.com