Entenda por que o primeiro-ministro do Japão antecipou as eleições
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, decidiu antecipar as eleições para a Câmara baixa (o equivalente à Câmara dos Deputados) para fortalecer politicamente seus planos militares e econômicos. Prevista para o ano que vem, ela agora foi marcada para 22 de outubro.
A manobra de Abe tinha em vista que o principal partido de oposição até então, o Partido Democrata, estava muito enfraquecido por denúncias de corrupção e atritos internos. Naquele momento, pesquisas mostravam que o apoio a Abe era crescente e que uma eleição poderia fazer com que seu partido, o Partido Liberal Democrata (PLD), aumentasse o número de cadeiras na Câmara baixa.
A coalizão de Abe (PLD e o tradicional partido Komeito) tem 68% dos 475 assentos da Câmara Baixa: são 288 deputados do PLD e 35 do Komeito, número já suficiente para garantir reformas constitucionais para aumentar a autonomia militar japonesa. AMEAÇA NORTE-COREANA
O assunto ganhou temperatura com as ameaças norte-coreanas. O ditador do país vizinho, Kim Jong-un, tem disparados mísseis que sobrevoaram o território japonês e agências de notícias norte-coreanas falaram em “afundar o Japão. Abe quer alterar o artigo 9 da Constituição, imposta pelos Estados Unidos após o final da Segunda Grande Guerra, que determina que as Forças Armadas do Japão tenham papel apenas defensivo.
Seria a primeira mudança na Carta desde que ela foi instituída, há sete décadas. Em meio à crise com a Coreia do Norte, Abe tem também estreitado relações com Índia e China e acelerado o programa de mísseis de defesa. Quando anunciou que dissolveria a Câmara e anteciparia para este ano as eleições marcadas para o ano que vem, Abe foi claro em seus propósitos: “Não devemos nos deixar ameaçar pela Coreia do Norte.
Se receber aprovação da população no voto, seguirei à frente com uma diplomacia vigorosa”. Ao mesmo tempo, anunciou um plano de investimentos de US$ 18 bilhões. O dinheiro obtido com aumento do imposto sobre consumo, que originalmente seria usado para conter o déficit público, é agora prometido para pré-escolas, universidades e cuidados com idosos…
Fonte: bemparana.com.br