Era tão bonito e não tinha como adivinhar, diz japonês sobrevivente à bomba atômica
Eram 11h02 de uma manhã ensolarada, de um azul quase infinito (não era possível, como quase todos os dias ali, ver distinção objetiva entre céu e mar para poder traçar uma linha do horizonte), em uma pequena escola para crianças na cidade de Nagasaki, Japão. A junção entre o paraíso e a Terra, aliás, era cotidiana, como em todas as outras vilas situadas tão perto do Oceano Pacífico.
Massanobu Kazurayama, um menino de seis anos, se preparava para ir para casa, após a manhã inteira na escola de onobeta shogakko (ensino fundamental para nós) — onde aprendeu a desenhar e pintar e onde ganhou seu primeiro concurso do tipo –, quando viu um clarão se interpor e definir, enfim, do lado oposto do mar, um limite entre as moradas de deuses e homens.
Só o barulho (hoje se sabe, equivalente ao de 20 mil toneladas de TNT), “um estrondo muito mais alto, pior que o de todas as outras bombas”, chamou ainda mais a atenção do hoje pintor de 78 anos cujos trabalhos estão em exposição coletiva (Paisagens de Mato Grosso e Japão) aberta à visitação no Museu da Caixa D’Água Velha, Cuiabá, até o final de agosto…
Fonte: rdnews.com.br