Exposição no Parque Cientec apresenta areias do mundo, de Ilhabela ao Japão
Poucas sensações são tão inesquecíveis quanto colocar os pés na areia da praia. Essas partículas, que são o resultado da erosão das rochas ocorrida durante milhares de anos, possuem características próprias de cada região onde são encontradas. Foscas, brilhantes, redondas ou em formato de estrelas, as Areias do Mundo estão no Parque de Ciência e Tecnologia (Cientec) da USP até o dia 29 de julho, “para nunca mais ver areia com os mesmos olhos”, como diz a professora Christine Bourotte, do Instituto de Geociências (IGc) da USP, curadora da mostra.
A exposição conta com amostras de areias de diversos países, como Canadá, México, Egito, Marrocos e Japão. Há até areias do território da Antártida. Os exemplares brasileiros incluem as dos Lençóis Maranhenses e as do litoral paulista, que compõem uma maquete de norte a sul da costa do Estado.
Areias do Mundo é o resultado de um projeto com verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), coordenado por Christine, com a participação de alunos da graduação e pós-graduação, que coletaram areias de praias de São Paulo. Só no litoral do Estado, foram acumuladas mais de 150 amostras. Com a doação de institutos e pesquisadores de todas as partes do mundo, estima-se que o IGc tenha centenas de amostras de areia.
Areias ao redor do mundo
A areia é resultado de uma série de processos físicos e químicos, chamados de intemperismo, que desgastam as rochas até que elas se reduzam a partículas. Essas partículas são transportadas pelo vento, pela água ou por animais, até que são depositadas em regiões sedimentares, como praias, dunas, desertos, próximas de geleiras ou no fundo do oceano. Algumas areias também podem ser formadas por fragmentos de conchas, precipitações de carbonato de cálcio ou foraminíferos. Estes últimos são organismos microscópicos que se movem na correnteza do mar ou vivem em suas profundezas e, ao morrerem, têm a sua carapaça — chamada de testa — tomada por pedúnculos, isto é, por pequenas estruturas usadas para fixação, que dão um formato de estrela para a areia. Esse tipo de formação ocorre nas praias de Okinawa, no Japão, por exemplo…
Fonte: jornal.usp.br