Japão: Ausência de Koike e novo partido deixam eleições imprevisíveis
No primeiro dia de campanha para as eleições japonesas do próximo dia 22, três novos fatos deixaram o pleito mais imprevisível. As eleições, que definem a nova composição da Câmara Baixa (o equivalente à Câmara dos Deputados), podem ser as primeiras em que o primeiro-ministro, Sinzo Abe, no cargo desde 2012, seja de fato ameaçado por oposicionistas.
O pleito deveria ocorrer no ano que vem, mas foi antecipado por Abe para se aproveitar de um momento em que o então principal partido de oposição, o Democrata, enfrentava crise interna e denúncias de corrupção.
A coligação de Abe – formada por seu partido, o Democrata Liberal (PLD), e o Kumeito – detinha 68% dos assentos, mas o premiê queria ampliar seu poder político.
A estratégia sofreu um primeiro baque poucas horas depois, com o anúncio da criação de um novo partido nacional, o Partido da Esperança (PE), pela governadora de Tóquio, Yuriko Koike. A nova agremiação atraiu dezenas de políticos e em uma semana já obtinha, nas pesquisas, 15% das intenções de votos, contra 24% do PLD; outros 43% declaravam-se indecisos.
Analistas passaram a considerar viável o risco de que o premiê saia das urnas com menos deputados do que antes, o que, no limite, poderia forçá-lo a deixar o cargo…
Fonte: valor.com.br