Japão tem escassez de trabalhadores depois de limitar a imigração
Liu Hongmei estava farta do seu trabalho numa fábrica de roupas de Xangai, onde trabalhava durante longas horas por um salário muito baixo. Há três anos ela deixou o emprego e foi trabalhar no Japão. Uma fábrica de roupas lhe prometeu um salário três vezes maior do que os US$ 430 que recebia na China e seu objetivo era poupar alguns milhares de dólares para a família que estava aumentando, com o nascimento recente do seu filho.
“Achei que era uma grande oportunidade”, disse ela. Uma oportunidade, talvez, mas não um trabalho. Legalmente, o tempo gasto por ela para passar a ferro e embalar as roupas femininas no Japão é considerado “treinamento”. Ocorre que Liu ingressou no mundo nebuloso e por vezes abusivo dos trainees técnicos do Japão – que são basicamente trabalhadores de segunda classe trazidos do exterior para executar tarefas que o cidadão japonês não está mais aceitando.
Do mesmo modo que nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos, o Japão vem tendo dificuldades para contratar pessoas para colher verduras, recolher as comadres em casas de idosos ou lavar pratos nos restaurantes. Nos EUA muitos desses empregos, que pagam um salário baixo e exigem pouca qualificação, são ocupados por imigrantes ilegais, um acordo que foi criticado pelo presidente Trump durante sua campanha.
O Japão, por seu lado, já chegou há muito tempo ao que Trump tem prometido: o país tem muitos imigrantes legais e está oficialmente fechado para pessoas que buscam trabalho no setor de manufatura. Mas agora essas medidas mais duras no tocante à imigração, legal ou ilegal, estão causando problemas. Muitas indústrias japonesas estão com uma grave escassez de mão de obra e isto contribui para frear o crescimento econômico…
Fonte: economia.estadao.com.br