Suicídio no Japão: de costume tradicional a crises nacionais
A floresta de Aokigahara, no sopé do monte Fuji, é o segundo lugar com o maior índice de suicídios depois da ponte Golden Gate em São Francisco. Segundo as lendas, a floresta era o local escolhido para a prática de ubasute, o costume de levar os idosos e doentes para um lugar distante onde eram abandonados e morriam, sem serem um fardo para suas famílias.
Em 1960, um livro de Seicho Matsumoto popularizou Aokigahara como um local de suicídios, depois que uma overdose de heroína a matou na floresta. Quando o número de suicídios no Japão aumentou de uma forma assustadora em meio à crise financeira após 1989, diversas pessoas se mataram por ano em Aokigahara, em geral por enforcamento. As mensagens nos cartazes ao longo das trilhas dizem aos que caminham pela floresta que a vida deles é preciosa, um presente para os pais. No final do texto está escrito o número da linha direta de apoio emocional aos suicidas. As conversas na internet também citam a enorme floresta como um lugar que atrai pessoas que querem cometer suicídio. Além disso, a recepção do sinal de celular é fraca, o que aumenta a sensação de isolamento e a dificuldade de pedir ajuda.
No ano passado, mais de 23 mil pessoas se suicidaram no Japão. Mas o número tem diminuído por seis anos consecutivos, uma tendência observada também em outros países. Em parte, a diminuição da taxa de suicídios no Japão é resultado da relativa estabilidade financeira do setor empresarial e do número menor de inadimplências pessoais. Em consequência, os casos de falência diminuíram, assim como o número de demissões, uma motivação comum dos suicídios entre os japoneses, além de preocupações com a saúde…
Fonte: opiniaoenoticia.com.br